quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Identificando Térmicas

    Para ser um bom piloto de cross ou de competição é necessário conhecer muito bem os princípios de formação das térmicas e os fatores que influenciam direta ou indiretamente esse fenômeno.
    O voo livre é um esporte muito dinâmico, desta forma exige dos pilotos ações rápidas e seguras. O grande objetivo de conhecermos o processo de formação das térmicas é criarmos um modelo mental desse comportamento e torná-lo, cada vez mais, uma ação subconsciente. Desta forma, poderemos distribuir a nossa atenção com outros fatores como identificação da próxima termal, escolha da melhor rota a ser seguida, leitura do céu e do solo. 
   O piloto experiente é aquele que domina muito bem a ciência das térmicas e antes mesmo de chegar a  base de uma nuvem sabe o próximo passo a ser dado, entretanto é uma questão de tempo,dedicação e segurança para que o voador iniciante chegue nesse nível.
   O primeiro passo é saber como as térmicas são formadas. As térmicas são formadas por diferença de temperatura, normalmente o calor é acumulado nos coletores (zonas potenciais de geração de térmicas), que por diferença de densidade o ar mais aquecido sobe. A temperatura do ar junto aos coletores sobe a medida que o sol vai aquecendo o solo, inicialmente de uma forma lenta e gradual, as térmicas suaves do inicio da manhã e posteriormente as térmicas fortes do início da tarde. Quando identificamos um bom coletor, podemos ficar no zerinho (variômetro indicando 0 m/s) em cima dele, e esperar por um bom ciclo para subir.   Caso esteja com pouca altura talvez essa possa ser a sua única opção. 


    Essa foto apresenta um bom coletor, região bem exposta ao sol, contraste da mata com arado, abrigada do vento (acumula mais calor), cúmulos já apresentados, esse piloto tem boas chances de subir nessa região.   
                                    
   As térmicas podem apresentar-se de diversas formas e potência, pequenas bolhas, grandes bolhas, térmicas conectadas, em ondas, dentre outras formas. Com bastante treino você conseguirá identificar cada uma dessas fomas.
   Um segundo ponto muito importante é conhecermos as regiões/áreas mais propícias a formação das térmicas. Quanto maior a capacidade de uma matéria acumular calor, mais ela aquece o ar ao seu redor. Vou enumerar algumas dessas matérias em ordem, do melhor ao pior acumulador de calor:
 
Pedras  ---------------------- Excelente
Asfalto  ---------------------- Excelente
Arado   ---------------------  Muito bom
Floresta conífera ------------  Muito bom
Solo sem vegetação --------- Bom
Relva   --  ------------------- Bom
Deserto / água --------------  Médio
Neve  ----------------------- Ruim

    O solo que estiver embebido com água, terá a sua energia primeiro gasta na evaporação antes de aquecer o solo. Um solo poroso aquece mais rápidamente do que um solo mais compacto.
 
    Achei bem interessante e retirei os trechos seguintes do livro :




"O piloto A está no núcleo e a subir duas vezes mais rapidamente que o piloto B, que está no topo da térmica. Uma vez que o piloto A alcance B continuarão com idêntica taxa de subida. 

O piloto B está voando contra o vento causado pelo anel de vortex. Se estiver com um GPS pode ver que a sua velocidade em relação à terra é menor do que era um pouco antes. Se voar sobre o centro do núcleo terá de repente vento de cauda combinado com uma baixa taxa de subida. É possível sentir a aceleração quando passar sobre o núcleo e o vento de cauda, o piloto deve girar imediatamente para se manter no núcleo e maximizar a sua subida. O núcleo do anel de vortex é bastante turbulento e o piloto deve continuamente reagir aos movimentos da sua asa e realizar ajustes para se manter na ascendente mais forte.

O piloto C está ainda acima da térmica. Unicamente quando este afundar é que irá subir.

O piloto D saiu fora pela lateral da térmica e está se afastando. Considerando que tem um GPS pode ver a sua velocidade em relação à terra a acelerar e a sua taxa de queda a aumentar também.

O piloto E está-se aproximando da térmica por baixo. Tem vento de cauda e já deve ver a taxa de queda a diminuir - está sendo sugado praticamente para a térmica.


  O exemplo acima mostra-nos como é importante para cada um de nós  tentar sempre construir um retrato mental da termica em que estamos; visualizá-la. Unicamente fazendo assim podemos tentar compreender o que está acontecendo a qualquer momento em relação à parte da termica que nós estamos, e fazer o melhor uso dela. Isto permite também entrarmos no núcleo mais rapidamente em caso de a perdermos.
Dica: Se estiver voando em linha reta e sentir de repente uma maior tração  para um lado, talvez combinado com uma redução do afundamento, siga imediatamente a tração. Provavelmente estarão voando direito a uma térmica, como o piloto  E."


 Alexandre Malcher

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